meus poemas estão prontos pra serem ditos
embora não digam nada do que eu queria
e sejam meros amontoados de palavras sem sentido
mas são meus e eu gosto deles desse jeito
assim sendo, assumo o fardo que me foi dado
de ser obrigado a carregar esse absurdo todo
de ter uma quantidade robusta de coisas representadas
precisando da desordem na qual faço questão de deixá-las
tomei um impulso e fui bloqueado
quando queria botar tudo no papel
senti um tranco
como quando a gente é amarrado a uma corda e corre até esticá-la num tirão só
e esse tranco
esse tirão de corda esticada
confundiram ainda mais
e levaram a excência de tudo embora
embora tenha percebido certa ordem
mas os poemas estão prontos
basta a desordem comandar os movimentos
e lá vão as palavras ao vento
ao papel
à tela do computador
após a corda ser roída pelo lado mais fraco
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