domingo, 19 de junho de 2016

dos labirintos e processos

não sei por que, mas tenho minha imaginação tem me apresentado a imagem de um labirinto, daqueles que vão se fechando a cada vez que a gente avança. lembrei de um sonho que tive certa feita. estava naqueles labirintos de ciprestes, bem no centro dele. à medida em que eu encontrava um meio de avançar em direção à saída, as paredes iam se movendo de forma que me deixavam no centro novamente. eu andava, andava, passava por várias passagens e os ciprestes também andavam e fechavam de maneira que o desenho em minha volta ficava idêntico ao do início. parecia metáfora. parecia que isso tentava me avisar de algo, mas não entendo bem. e eu tinha a sensação de que precisava muito sair dali porque havia algo fascinante do lado de fora e ali dentro eu não teria nada mais do que já havia vivenciado. não sei, mas tenho a impressão de que era uma metáfora para o meu tempo. talvez fosse uma metáfora pra minha dificuldade em mudar de direção, mas não sei ao certo. ou talvez as metáforas sejam muito explícitas pra o que eu experimentei no sonho. mas lembro de algo inusitado também: num determinado momento, tentei andar pra trás, como quem não quisesse sair do labirinto, e me deparei com um espelho. todo trincado, ele me revelava um outro de mim, só que muito envelhecido, com a mesma roupa, os mesmos calos, o mesmo nariz e a mesma insegurança no olhar. seria bem melhor se não tivesse olhado nesse espelho. ou o melhor foi realmente ter me visto, porque depois disso, ganhei motivação pra sair do labirinto. na verdade, fiquei com muita vontade de atear fogo no labirinto e sair logo, mas já o estava considerando como meu espaço. e era estranho o gostar dali, mas precisar e querer sair sem nunca mais voltar. mas no fim das contas, tenho certeza de que tem algo de muito melhor do lado de fora, embora o caminho e a tentativa também caia muito bem.

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