quarta-feira, 4 de abril de 2018

rupestre

desenho na parede a lápis. cada linha traçada é um elefante feito de chumbo nas costas. e é estranho como essas estátuas estão bem acomodadas a ponto de não saírem. ao mesmo tempo. a sensação de que tudo é nas minhas costas acaba me deixando confortável. tanto que silencio. e enquanto percebo cada traço. também noto que há algo escondido. algo feito pelas minhas costas (aquele sonho com as cobras...). e lá vem mais um elefante de chumbo. aquela dispensa do trabalho que me fez ter que procurar outro.
- só pode ser isso!
e a sensação de que cada elefante foi ali colocado por alguém que se fez de bonzinho. volto a fixar a atenção no desenho. uma imagem aleatória que esconde um segredo (como se houvesse um sinal escondido dizendo "cuidado!"). parece o símbolo olímpico, mas são apenas dois aros. mais um elefante de chumbo.
paraliso
engasgo
percebo que além do peso, os elefantes de chumbo também intoxicam. mas mantenho a esperança de que um dia eu consiga me livrar de tudo isso. que eu consiga cobrir completamente aquele desenho nefasto. que os elefantes me deixem com o corpo mais forte. que eu consiga me curar do chumbo

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