sexta-feira, 27 de abril de 2018

foi numa noite quente como a de hoje que conheci gilmar e de pronto o convidei pra morar comigo. de pronto simpatizei com ele, que sentou no braço do sofá e caminhou sobre a minha mão, depois voou. leitores perguntarão por que eu teria dado esse nome a um besouro e eu responderei que gosto desse nome, mas principalmente porque meu amigo tinha cara de gilmar. e digo tinha porque ele resolveu procurar outro lugar mais iluminado. tive um certo receio que alguma visita maltratasse meu amiguinho de corpo robusto e zumbido em lá menor. gilmar era elegante, com seu jeito de me dizer que voltaria, mas como é o costume aqui em casa, é mais um que não volta. talvez eu precise rever a minha forma de agir. talvez eu não esteja sendo hospitaleiro suficiente ou esteja sendo demais. o fato é que o besouro resolveu bater as asas, assim como já o fizera a mariposa ano passado. depois dela, ainda tive a tragédia de ver a lagartixa poliana afogada na espuma dentro do box do banheiro. ainda teve a formiga que teve sua passagem talvez por causas naturais. mas o fato é que meus companheirinhos foram saindo daqui de casa das mais variadas formas: uma enterrada no xaxim da samambaia e a outra no vaso da flor de maio; uma bateu as asas e sumiu pela janela do quarto e o outro pela sacada.
só me restaram as traças.

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