quinta-feira, 21 de setembro de 2017

tá ali a parede, toda clarinha, limpinha. uma formiga perdida transita, à procura de um caminho. mas não há caminho. a formiga não vê nada além da tinta solúvel em água, na cor creme. não há sequer uma rugosidade. nada. uma enorme parede cuja única ~imperfeição~ seria a de servir de chão para uma única pobre formiguinha preta.
mas há possibilidades: a época é dos ventos e a qualquer momento a nossa amiguinha pode ser jogada ao chão, onde há mais opções de trilhas.
e a formiguinha segue
aguardando o sopro do vento
enquanto pisa na parede chata e monocromática
enquanto eu estou aqui
só conseguindo torcer pra que chegue logo esse vento
ou que alguém chegue e esmague a coitada de uma vez
e acabe com a tortura da falta de rumo da pobre

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