sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Fui no Psicodália e não voltei de lá

Fui no Psicodália deste ano e não voltei de lá. Parece estranho o que escrevi no período anterior, pois há um estranhamento sintático aí. E antes que alguém queira fazer a brincadeirinha interna, não me chamo Wagner. Aliás, ninguém precisou gritar o meu nome. Mas o que descrevi é real e direto, uma vez que neste momento estou distante de Rio Negrinho/SC uns mil quilômetros, mas isso é meu corpo, meu raciocínio lógico e minha necessidade diária de tocar nas coisas. No que se remete à realidade concreta do que realmente vale na vida, no que diz respeito aos instintos e a objetividade cardíaca do amor, nisso eu fiquei. Não saio mais dos degraus do ambulatório, onde experimentei assistir um show num palco enquanto o som era passado por outra banda no outro. Fixei raízes pertinho da barraca, onde reencontrei amigos e amigas que não via desde outras existências, seja para tomar um gole, seja para a brasa do churrasco vegano, seja para o chimarrão na minha cuia uruguaia.
Fiz muito amor no Psicodália. Calculo que tenha feito amor com umas 6 mil pessoas, incluindo o pessoal que se apresentou e o que organizou tudo. E foi maravilhoso!
Também tive muitas experiências, as quais sempre despertavam minha vontade, mas não fazia por falta de oportunidade legal. A que compartilho aqui é a minha primeira vez com uma saia. Há tempos que tinha vontade de vestir algo que me deixasse sentindo mais livre e após encomendar o desenho para a afilhada e a costura para a mãe, acabei experimentando a maravilha que é poder sentir o arzinho por baixo da roupa e os cuidados especiais ao sentar numa escadaria. E valeu muito a pena. Recomendo, em especial, aos conterrâneos que pensam que dentro de uma bombacha se cria o bicho solto. Sou muito mais a saia nesse quesito, além de nos dar um pouquinho de noção do que passa uma mocinha que "precisa aprender a ter modos", como nosso machismo de cada dia tortura as mulheres desde a infância.
Ano passado, como choveu bastante durante o festival, acabei não desfrutando de tudo que gostaria. No entanto, este ano o tempo foi ensolarado e descobri que também não tem como fazer tudo. Por isso, tomei a decisão de fazer tudo, ainda que o Psicodália faça sua pausa para hibernação e só desperte lá pelo meio do ano para nos animar com a contagem regressiva e com as surpresas sobre as atrações, resolvi que ficarei lá. Não voltei e não voltarei de lá.
Quanto às vivências que tive, minhas impressões mais detalhadas e eticéteras, isso é coisa para um outro post, que pretendo fazer se e quando voltar. Também pretendo revisar este texto, já que no momento as minhas mãos tocam no teclado do notebook em Pelotas, RS, e eu estou na serra catarinense.

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